domingo, 18 de julho de 2010

Resenha: Crimimal - Covarde

Quando a Panini anunciou que lançaria aqui no Brasil a série Criminal, muita expectativa foi criada. Claro, muitos já haviam ouvido falar da boa fama da história criada por Ed Brubaker e Sean Philips para o selo Icon da Marvel Comics. Mas como eu sempre digo, nada melhor do que a gente mesmo atestar essas coisas. E pra você que ainda não adquiriu o exemplar por medo da história ser ruim, fraca ou por simplesmete desconhecer detalhes da trama, aqui vai uma boa notícia: Criminal é muito bom.
A grande sacada de Brubaker foi se calcar numa premissa bem simples. Um ladrão aparentemente aposentado de sua vida bandida, é chamado para realizar um último roubo, que lhe trará estabiliadade financeira e lhe permitirá fugir pra longe de toda a confusão das cidades grandes. Simples, porém muito bem escrita a história. A começar pelo protagonista, Leo Patterson que cativa pelo seu jeito ``não to nem aí´´ de viver a vida, já que ele passou por muitas coisas na vida como a morte de seu pai. Então o cara leva a vida de uma maneira bem única.
O subtítulo Covarde do álbum se aplica ao prórpio Patterson, que é tido como amarelão. Sempre planejando muito antes de agir, em todos os roubos que ele participou, acabava se safando antes que a coisa literalmente fedesse pro lado dele. Isso fez dele uma persona non grata no submundo do crime. Mas ele não ta nem aí pra isso, ele quer mais é tirar o dele da reta.
Até o fato do personagem inicialmente não aceitar o trabalho e acabar realizando a tarefa é clichê em filmes policiais e histórias do estilo, mas aqui é mostrado de uma forma diferente pelo eficaz texto do escritor, que em algumas partes lembra 100 Balas de Brian Azzarello. Claro que ele aceita, mas a condição para que ele aceite isso é diferente das convencionais e é claro, ele acaba sendo enganado.
Os coadjuvantes da história também cativam. Desde o barman que sempre está la para ajudar Patterson, até o tio esclerosado que o personagem cuida após a morte de seu pai. Parece que estamos lendo aquilo à anos. Brubaker conseguiu fazer um universo bem crível e mostra que as vezes não se precisa de histórias mirabolantes para se fazer um bom gibi, basta ser criativo e saber fazer bons diálogos, coisa que não falta em Criminal.
Após terminar de ler o volume, fica difícil imaginar a série sendo desenhada por outro artista que não Sean Philips (que já se destacou em Zumbis Marvel). A arte dele se encaixa perfeitamente com o clima da história e com as características dos personagens. Se os balões e textos não estivessem ali, dava perfeitam,ente pra saber quem são os mocinhos e quem são os bandidos. Philips com sua arte também bastante simples, porém detalhista, consegue colocar o mundo de Criminal de uma maneira tão viva, que assusta.
O tratamento dado pela Panini Books é excelente, marca registrada da editora, que vem caprichando cada vez mais em seus álbuns. Capa dura, papel couchê, lombada quadrada e capa com tratamento em verniz são um bom atrativo. Como extra apenas as biografias dos autores, um posfácio e as capas originais. O único senão é o preço. Claro que esse álbum vale a pena, mas R$39,00 pode afastar leitores curiosos.
A série continua lá nos EUA e o interessante é que os arcos são independentes e você pode ler um sem depender dos outros. Mas fica a torcida para que a Panini não demore muito pra publicar mais volumes de Criminal, que sem dúvidas é uma das melhores série surgidas nos últimos tempos.

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